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O QUE LEVOU OS ITALIANOS A DEIXAR SUA TERRA

  • Foto do escritor: Maria Dilone Ficagna
    Maria Dilone Ficagna
  • 26 de jan. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de dez. de 2018



O QUE LEVOU OS ITALIANOS A DEIXAR SUA TERRA

Além da crise política já explanada, também a situação de crise econômica e social ocorrida após a unificação é um dos fatores mais importantes para explicar a imigração. As guerras da unificação levaram anos e determinaram danos terríveis: ocupação sucessiva por diversos exércitos do norte da Itália, danos à propriedade, desrespeito à dignidade da família, devastação de plantações e propriedades aumentando a miséria por toda parte.

Com a unificação da Itália o feudalismo foi substituído pelo sistema capitalista de produção. A administração que antes eram regionais passou a ser unificada, eliminando as alfândegas regionais, proporcionando oferta de produtos industriais a preços reduzidos além do desenvolvimento dos transportes os quais destruíram o modo artesanal de produção, fato que afetou os pequenos agricultores que complementavam sua renda realizando trabalhos nas indústrias artesanais que havia no campo.

Além disso, a concorrência dos produtos agrícolas estrangeiros teve como conseqüência a baixa dos preços dos mesmos produtos dentro da Itália. A queda dos preços levou a queda da produção, enquanto isso a população continuava crescendo com uma das taxas mais elevadas da Europa. Isso poderia ser contornado se o governo fizesse profundas mudanças nas suas metas e no sistema fundiário o que, porém, contrariava os interesses constituídos.

A situação dos camponeses que trabalhavam em terras que não eram suas, colhia “à meia” e os donos pouco se importavam com a situação daqueles que plantavam. Houve assim uma rápida deterioração da situação do campo. Havia uma rotatividade das terras dos pequenos proprietários por impossibilidade de pagar impostos. Era tão séria a fome, que aumentaram os pratos a base de milho – a polenta. Faziam a passarinhada para conseguir a proteína. Ficaram subnutridos e começaram a ficar doentes, aumentando o caso de “malária e da pelagra”, avitaminose causada pelo consumo quase que exclusivo do milho.

Além disso, o horror da guerra e o pesado serviço militar imposto aos jovens italianos por três anos; a situação do agricultor italiano – De 8.550.000 agricultores em 1881, destes apenas a sexta parte possuía terras e não havia esperança para os outros serem proprietários; além das altas taxas de natalidade existentes na Itália que não podia abrigar e sustentar as novas gerações foram elementos muito fortes para deixarem sua terra.

É importante destacar também o trabalho realizado pelos agenciadores de imigrantes na Itália, para atraí-los para o Brasil. O governo brasileiro contratava companhias que recebiam um determinado valor por cada imigrante assentado. Esses agenciadores distribuíam nas aldeias e povoados material de propaganda como este abaixo.

A situação de imigração foi, portanto, gerada por fatores internos e externos, pois havia na Itália os fatores de expulsão já relacionados e ainda no Brasil havia a atração dos mesmos pelo sonho da terra própria anunciada na propaganda. Ao governo imperial brasileiro interessava a vinda dos imigrantes, pois, se

propunham a:

- Aumentar a população do país a fim de favorecer a implantação da indústria e do comercio, etc;

- Formar um exército capaz de garantir a segurança interna e servir à política expansionista nas províncias cisplatinas;

- Preparar a abolição do tráfego de escravos;

- Criar uma classe média formada por homens livres.

Com vistas a atingir esses objetivos, o governo brasileiro prometia a todos os europeus, transporte gratuito, sementes, a concessão de um lote rural, ajuda financeira nos primeiros tempos, assistência médica e religiosa e outras vantagens.

 
 
 

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