A VIAGEM DOS IMIGRANTES
- Maria Dilone Ficagna
- 26 de jan. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de jan. de 2018
A VIAGEM DOS IMIGRANTES
Não conseguimos até o momento identificar o registro da partida e nem da chegada da família de Angelo Ficagna e de Francisco Ficagna no Brasil. Presume-se que o ano tenha sido por volta de 1880.
Pelas pesquisas bibliográficas sabemos que a viagem dos Venetos para a província de São Pedro do Rio Grande do Sul, era muito sofrida, pois começava no Norte da Itália até os portos de onde partiam os navios tinham que enfrentar uma viagem a pé, de trem ou de carroça. Levavam junto com o pouco que tinham a esperança a fé e a vontade de vencer. Chegando ao porto acabavam perdendo parte dos pertencer que possuíam convencidos pelos vendedores a trocá-los por imagens de santos ou outros objetos que os defenderiam de diabos, onças ou doenças. Começavam então a dar-se conta de que não era tudo como a propaganda dizia.
Amontoando-os como se fossem mercadorias, as companhias chegavam a levar novecentas pessoas por viagem, em condições precárias de transporte. O pouco espaço, a falta de higiene e a alimentação inadequada, mais as pestes enfrentadas e sobretudo, as perdas de entes queridos. As pessoas que morriam eram enroladas em pano e jogadas ao mar. Aos que resistiram a chegada em Santos ou Rio de Janeiro era apenas o começo de mais um longo translado. O itinerário levava no mínimo um mês, com a primeira parada nos portos onde os imigrantes ficavam alguns dias para controle de saúde, organização da bagagem e aguardo do navio costeiro que os levaria a Porto Alegre. Ficavam mais uns dias em hospedaria que o governo oferecia.
A última etapa da viagem até os lotes que lhes eram destinados era realizada com carroças, a cavalo ou a pé. Até Bento Gonçalves, eram mais três dias de viagem. ‘’Chegando aos seus lotes de terra, o que os imigrantes encontraram foi algo bem diferente do prometido, viram-se em meio de uma terra inóspita, em que tudo estava por fazer. Assim, estabeleceram-se a mercê da própria resistência e sorte’’. (Scarton, Marciele Bertoldi. Passo Velho –História da colonização de Bento Gonçalves. Associação Vale das Antas, 2010).
(Texto baseado em: Giombeli, 2007 - Wiezzer, 2015 - Scarton 2010 )

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